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Ser feliz ou ter razão?


Cristina Santos | 15/05/2021


Essa expressão ficou tão popular que virou até “slogan” de campanha publicitária. Parece banal, mas se aplicada na nossa maneira de olhar a vida ou viver a nossa vida, será a matriz de muitas decisões e caminhos a serem tomados, no nosso relacionar com as pessoas afetivamente, e também profissionalmente ou socialmente, que trarão leveza, alegria e bem estar, ou não.

Vários casais se desentendem, desconectam e se magoam mutuamente pela simples opção de tomar o lado de “ter razão”, por assuntos simples e escolhas rotineiras, que fazem parte do dia a dia, sem perceberem quanto isso intoxica ou prejudica a relação. E vira um padrão: preciso ter razão, preciso ter a última palavra, preciso estar certo, preciso que seja do jeito que eu quero.

E dessa forma a comunicação, as conversas, os entendimentos, a alegria, o prazer, a leveza, a admiração e o encantamento dos apaixonados desaparecem. Será que é tão importante ter razão? Estar certo? Ter a última palavra? Ficar no controle? Será que essa disputa não poderia ser substituída por falas de compreensão e genuíno interesse no que o outro está dizendo, ou está querendo dizer? E assim a conexão e a satisfação de duas pessoas convivendo acontecer?

Além do respeito, sempre necessário, acontecer? Se o falar for guiado por ter razão ou estar certo, dificilmente essas duas pessoas, que têm uma relação amorosa, e que acredito querem o melhor, conseguirão um relacionamento prazeroso, enriquecedor e cheio de bons momentos; pois se o diálogo não estiver aberto para valorizar o que os dois têm a dizer, ao invés do estar sempre certo ou ter razão, será a morte da arte de conversar e da curiosidade do prazer da companhia. Devemos estar atentos ao cuidado e a qualidade da relação, pois o casal que não tem essa conexão das conversas é um casal fadado a viver na tão famosa solidão a dois.

Li em algum lugar o texto abaixo e deixo aqui para refletirem:

“Oito da noite, numa avenida movimentada. O casal já está atrasado para jantar na casa de uns amigos. O endereço é novo e ela consultou no mapa antes de sair. Ele conduz o carro. Ela orienta e pede para que ele, na próxima rua, vire ‘a esquerda. Ele tem certeza que é ‘a direita. Discutem. Percebendo que além de atrasados, poderiam ficar mal humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira ‘a direita, e percebe então, que estava errado, enquanto faz o retorno. Ela sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem mais alguns minutos atrasados. Mas ele ainda quer saber se ela tinha tanta certeza assim que ele estava indo pelo caminho errado, porque não insistiu mais um pouco. E ela responde: ‘entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Nós estávamos a beira de uma discussão, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite.”




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