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Triângulos

Cristina Santos 17/11/22 3 min para ler


Apesar da chegada de um filho representar uma enorme felicidade para  os pais, ela também será um grande desafio para a relação conjugal.


Quando uma família se inicia, isto é, com o nascimento ou adoção do primeiro filho, uma transformação muito grande se estabelece naquele sistema, pois onde eram dois passou a ser três. E essa mudança exigirá uma nova organização, principalmente do casal, que são os líderes e condutores dessa família. E nesse momento da chegada do número três, tudo parece estar meio estremecido ou fora do lugar. Nada é mais o mesmo.


No entanto, apesar da chegada de um filho representar uma enorme felicidade para os pais, ela também será um grande desafio para a relação conjugal. A partir daí essa relação será testada na sua cumplicidade, na sua força como parceria amorosa e até na sua solidez.


As atenções se voltarão para o filho que, naturalmente, precisará de toda segurança e proteção. Como a mãe que o gerou e o amamentará por um determinado período, ela ficará mais sobrecarregada do que o pai, pelo menos nesse início, comprometendo a vida do casal. E isso é natural.


Porém, não é natural, que depois de um tempo, o casal não retome gradativamente sua vida conjugal. Caso isso não aconteça é porque esse casal deixou de lado os seus papéis de homem e mulher, e se diluiu na família, valorizando e dando mais importância para seus papéis de pai e mãe.


E quando vierem mais filhos, ou só com a vinda do primeiro, se for o caso, vão ocorrer identificações ou alianças dos pais com esses filhos, ou esse filho, que irão provocar mais um abalo nessa relação do casal.


Isso irá ocorrer se houver uma aliança maior de um os pais com o filho, deixando de lado ou excluindo seu parceiro, que acabou aceitando também essa aproximação, e que irá se tornar um terceiro na relação. Assim, consequentemente, esse excluído poderá procurar outro aliado dentro ou fora da família, para fazer o mesmo com quem o excluiu. Perigo a vista para o casal!!!


Muitas vezes falamos ou ouvimos alguém dizer “o João é grudado no pai”, ou “a Marcinha e a mãe não se separam”. Ou então: “a Bruna sempre defende o pai, está sempre do lado dele”, como se isso fosse sinal de uma relação saudável entre pais e filhos. Isso é justamente os triângulos que podem acontecer nas famílias.


Nessa dança triangular não terá tempos bons e nem vencedores, pois significará a derrota do casal, sucumbindo aos filhos, criando esse espaço entre eles como cônjuges, uma vez que haverá a interposição de um filho.


Não podemos esquecer que há uma pressão em favor da família, tanto pelas famílias de origem de cada um dos parceiros como pela sociedade. Nisso, nos rituais de aniversários, bodas, batizados como na mídia, na propaganda e pelas diferentes religiões, a família é muito mais valorizada do que o casal.


É complexo, e eu penso, muito interessante também, conjugar casamento, sexualidade e filhos, encontrando um lugar para cada uma dessas partes da nossa vida a dois. E ao casal é preciso sobreviver.


Vou terminar com um pensamento, que pode não só ser lembrado, mas orientar bem os casais para o caminho a ser seguido, que é a frase do terapeuta americano de casais John Gottman: “O maior presente que os pais podem dar a seus filhos é serem um bom casal”. E disse tudo!!


Confira outras textos (AQUI) Cristina Santos (31) 3286-8566 | (31) 99127-9382 www.cristinasantospsicologa.com

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