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TROCAR DE PARCEIRO É TROCAR SÓ DE PROBLEMA?


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Vida a dois. Será que homens e mulheres são todos iguais?

Há muito tempo essa máxima faz parte do senso comum, como se fosse uma verdade, e inúmeras vezes é o fio condutor de muitos relacionamentos amorosos: os casais, ou pelo menos um dos cônjuges, acredita que não vale a pena investir mais naquela relação e se mantém insatisfeito (“como se casamento fosse assim mesmo”– quer dizer, ruim, e vamos tocando), contribuindo para uma convivência a dois fraca ou desconectada. E, ainda, acredita que ter um novo parceiro não vai melhorar ou mudar nada, pois está preso nessa crença de que trocar de parceiro é trocar só de problema!

Será que homens e mulheres são todos iguais? O momento que estamos vivenciando essa relação será igual ao anterior? Os sentimentos são os mesmos? A maturidade é a mesma? São tantas questões, muitas vezes equivocadas, que tiram nosso sono, parecendo até brincadeira, quando paramos para refletir, já de uma forma organizada, sem o tumulto das emoções.

Será que é importante investir naquela relação que já existe? Isso já foi feito ou a esperança já está perdida entre os vários desencontros?

Nosso imaginário procura o “parceiro certo”, como se isso é que fosse unir duas pessoas ou manter um relacionamento fortalecido, e continuam nessa saga, em busca da “cara metade”, sempre achando que aquela pessoa que está ao seu lado não é a melhor pessoa, tem muito defeitos, “não combinamos”, “somos muito diferentes” , e não valorizando o lado bom do parceiro e continuando na busca de alguém “perfeito para mim”, terminando e recomeçando.

Dá para perceber o quanto essa crença nos paralisa ou atrapalha nossa felicidade? Acaba nos deixando numa percepção de que não vale a pena nenhum movimento, pois qualquer que seja tudo continuará na mesma.

No entanto, antes de partir para uma nova busca, não seria o caso de aperfeiçoar a relação escolhida? Um novo empenho antes de “jogar a toalha” e desistir? O processo de conhecer e ser conhecido é, em princípio, interminável entre o casal, pois sempre há cada vez mais coisas a serem reveladas, coisas a serem descobertas ou compartilhadas. E, assim, a relação tem a oportunidade de continuar interessante, excitante e estimulante.

Outro detalhe importante é continuar a focar no lado bom do parceiro, pois essa é a parte pela qual nos apaixonamos: tudo de bom que aquela pessoa tem é que nos encanta! E isso fortalece a relação, aumentando a admiração, ponto chave da vida a dois, trazendo sintonia e cumplicidade. Estar junto, seja a conversar enquanto se toma um café, a cuidar de crianças ou a fazer amor, se torna muito mais significativo e agradável, quando essa intimidade existe.

Porém, se o casal percebe que, mesmo diante de todo o investimento e empenho feito não encontra conexão, e o sentimento não existe mais entre os dois, é melhor então que cada um siga seu caminho, e vislumbre a possibilidade de uma nova relação, não deixando que essas crenças equivocadas impeçam a felicidade amorosa.

Trocar de parceiro não é trocar só de problema, é acreditar naquela nova pessoa, no potencial do ser humano como seres semelhantes, mas extremamente diferentes na sua maneira de ser, e nos seus encantos como únicos e transferíveis.

Texto: Cristina Santos (psicóloga clínica e hipnoterapeuta) Foto: Jo Moreira

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